sábado, 29 de janeiro de 2011

Todo amor que houver nessa vida - Cazuza

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

OBSERVAR E ABSORVER

Queridos amigos, por favor ASSISTAM até o fim: http://www.youtube.com/watch?v=YmxNx2UT5Dk

domingo, 23 de janeiro de 2011

Solidão - Por André Góis

Construi minha solidão e a solidifico a cada dia mais. Afasto de mim as pessoas que mais gosto. Amores, amigos, filhos... Estes ultimos espero que nunca me deixem só. Tenho muito medo de muitas coisas. De não conseguir atingir os meus objetivos, é um muito forte, contudo, nenhum medo é maior do que o da solidao. Quero e espero muito da vida. Gostaria de poder estudar mais, fazer cursos, falar varias linguas, viajar pelo mundo, mesmo que seja a trabalho, ter uma linda, unida, numerosa e feliz familia. Ter um amor que dure a vida toda e que me preencha por completo. Alguém que me conheca por inteiro em defeitos e qualidades, mas que me ame mesmo assim. Alguem perfeito como nos contos de fada da infância, como nos filmes de romance da adolescencia... Sinto que minha vida inteira fui um mero espectador. Assisti minha vida passar e não me arrisquei por puro medo da rejeição. Hoje sou rejeitado e isso me entristece. Que Ele me perdoe mas as vezes parece que nem Ele quer saber de mim... A vida parece brincar comigo. Sou uma formiguinha e a vida é um menino arteiro que se diverte ao me queimar com uma lente voltada contra o sol. Me sinto impotente, e de fato tenho estado, quando o assunto é resolver a minha vida, sair do fundo desse poço no qual me encontro e trilhar um caminho do sucesso e da felicidade. A realização por completo! No lugar mais reconjido da minha alma há somente amor, muito amor, um amor avassalador pelas pessoas, pela vida, pelas coisas, pelos animais, pelas flores, pela familia, pela Divindade... Quero dividr esse amor com a vida, quero gozar a plena felicidade, só preciso de uma chance para ser feliz, que alguem acredite em mim, pois nem eu sei mais se acredito, se sou o que realmente penso que sou ou se sou só uma farsa de mim mesmo. Duas pessoas numa só. Uma que quer o bem e outra nem tao generosa assim. Uma de um amor louro, outra de amor moreno, vendo a felicidade em ambos os lados, contudo, sem conseguir enxergar ou batalhar por qualquer um dos dois, alias, nem pela sua propria, e o pior, nem de sua prole! As frustracoes me deixam amargo, passo a não gostar de mais nada, nem das pessoas, nem do trabalho, nem de mim... Sempre acreditei nos astros e algo ultimamente tem se repetido pra mim curiosamente, que é o conselho de olhar as pessoas com os olhos da alma! Penso: quando as pessoas me olharão assim...? Preciso de muito amor, um amor diario de familia, amigos, filhos, paixao, trabalho.... Tenho sede e tenho fome de amor! E não pense que o sexo preenche esse vazio, juro que não, já tentei muitas vezes sem sucesso, com diferentes pessoas. O sexo, quando é prazeroso, satisfaz na hora, me arranca excelentes risadas, quem já viu sabe bem o que digo, mas depois retorna o vazio. Quando não é tao bom sou tomado por uma sensação de imundisse, de nojeira, sinto raiva de mim, por ser fraco, por me deixar levar....A minha duvida é: o que me completará? Quando vou parar de sentir isso? Quando vou acordar desse sono eterno? Desse pesadelo? Quando? O que mais precisa me acontecer? Videntes, guias espirituais, já tentei de tudo um pouco, todos falam que tenho muito o que "caminhar". Besteira, to cansado! Não quero mais, não quero mais brincar se essas forem as regras do jogo! Esse jogo não é justo, alguns jogadores sem merecimento algum levam milhas nauticas de vantagem em relação a mim, não quero mais!

Chegou o verão! - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão é.... A praia! Ah, como é bela a praia. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do
chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar
em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo.
Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva. Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem àquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia
oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

NINGUÉM DESCREVERIA TÃO BEM O QUE É ESSA ESTAÇÃO FEDORENTA QUANTO VERÍSSIMO!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Direitos "humanos"?

Hoje, voltando com um colega de uma audiência que tivemos em Teresópolis, ouvi dele quando discutíamos os "direitos humanos" dentro do carro: 'certa vez Frei Betto disse que a luta na verdade é pelos "direito do animais", pois necessidades como comida e cobertor são primárias, para primatas'. Gente, analisem o quanto de verdade há nessa afirmativa! Nós, não estamos ainda em busca de bons e justos 'direitos humanos', a verdade é que buscamos os direitos animais, mais triviais e essenciais: direito a se alimentar, a se educar, à vida. Direitos humanos, "é festa", é arte, cultura, civilização, educação. É lucro! Precisamos MESMO do nosso direito à dignidade, à saúde, à intergridade, à sanidade! Enfim, tudo o que é pouco divino, demasiado pouco divino, por si só: humano!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Texto de autoria desconhecida:

LULEI !!

AMIGOS, DESCULPEM A MINHA DECISÃO.

Virei casaca ao lado do Lula.
Vou dar a vocês algumas razões :
Hoje, refletindo sobre o efeito do nada, sobre o porcaria nenhuma, me dei conta
de que o Brasil é o único país do mundo:
a) governado por um alcóolatra que instituiu uma lei seca,
b) um analfabeto que assinou uma reforma ortográfica,
b) tem um filho formado em nada mesmo, que é o gênio das finanças,
c) teve a cara de pau de pedir a Deus para dar INTELIGÊNCIA a Barack Obama, que
é formado em Harvard,
d) elogiar um ditador sanguinário que sequer acredita no holocausto,
e) apoiar uma guerrilheira, criminosa, como sua sucessora, etc, etc, etc...

Depois disso, EU TINHA QUE MUDAR DE LADO: Resolvi ficar ao lado de Lula.

Que me desculpem os meus amigos e, por favor, não me critiquem, nem mandem
e-mails indignados. Antes, reflitam melhor sobre a situação atual.
Tenho certeza
que vcs também ficarão ao lado do Lula. Afinal, se eu ficar atrás...
ele me caga
e se eu ficar na frente... ele me fode.
Portanto, a melhor opção é ficar ao lado dele.

ENQUANTO ISSO, ESPERO E SONHO QUE TUDO VOLTE AO NORMAL..

Será o dia em que:
ARRUDA será uma simples plantinha pra espantar mau olhado
GENUÍNO será algo verdadeiro;
GENRO apenas o marido da filha;
SEVERINO apenas o porteiro do prédio;
FREUD voltará a ser só o criador da Psicanálise;
LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;
GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;

Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini, Gedimar,Valdebran, Bargas,
Expedito Veloso, Gushiken, Renan, DILMA, etc, serão
simples... PRESIDIÁRIOS.

E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR.

Finalmente, quando olho meu título de eleitor, velhinho, coitado, sempre usado
desde os meus 18 anos e vejo o Lula aliado ao Collor e, pasmem, na defesa da
vida ilibada dos Sarneys, concluo que entendo o verdadeiro significado do nome
'ZONA ELEITORAL' escrito nele!

* Democracia neste país é relativa, mas corrupção é absoluta *

sábado, 8 de janeiro de 2011

AUSÊNCIA - Por Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.